A festa do Corpo de Cristo a que é costume chamar Corpus Christi, é uma festa em honra da presença real de Cristo, especialmente para contrariar as controvérsias geradas por Berengar, segundo o qual a presença de Cristo na Eucaristia é apenas simbólica e não real.
Esta festa foi promovida inicialmente pelas visões de Juliana de Liège, uma religiosa Agostiniana, pelas quais ela entendeu que Deus queria uma festa especial em honra do Santíssimo Sacramento.
O cardeal Hugo de Cher, dominicano, legado do papa nos Países Baixos, estabeleceu esta festa nos países sobre os quais ele exerceu a sua jurisdição.
O papa Urbano IV (1261-1264), pela Bula Transiturus de 1264, estendeu a festa a toda a Igreja, a pedido de Santo Tomás de Aquino, que compôs as orações e respetivos hinos.
Naquela altura não se recebia a Comunhão com frequência, pelo que raramente as pessoas podiam ver a Hóstia Consagrada e, então, começou-se a fazer a elevação da Hóstia e do Cálice após a Consagração.
Esta festa celebrava-se na Quinta-Feira depois da festa da Santíssima Trindade.
Após o Concílio Vaticano II, pela renovação da Liturgia, passou a ser celebrada no Domingo depois da Santíssima Trindade, classificada como Solenidade.
PROCISSÃO DO CORPO DE CRISTO
A mais conhecida tradição religiosa associada com a festa do Corpo de Cristo é a sua respectiva Procissão.
Ela começou a realizar-se no século XIII, 100 anos depois da instituição da festa para toda a Igreja.
Para a Procissão a Hóstia Consagrada era colocada numa Custódia (com o objetivo de exibi-la à adoração), e levada pelas ruas, sob o pálio, com orações e cânticos eucarísticos.
A meio do percurso estava montado um altar e aí se faziam invocações e se dava depois a bênção com o SS. Sacramento.
A festa do Corpo de Cristo, bem como a sua Procissão, tiveram simultaneamente a ideia ou a intenção de mostrar a Hóstia Consagrada e de adorar a Cristo realmente presente na Hóstia Consagrada.
Nós sabemos que depois da Instituição da Eucaristia em Quinta-Feira Santa, Cristo morreu na Cruz e todas as atenções dos fiéis se voltaram naturalmente para Cruz.
Como nos tempos de hoje, pela Comunhão Frequente, a Hóstia Consagrada já não é uma realidade desconhecida, o Concílio Vaticano II chama-nos a atenção para a verdade do Evangelho, Tomai e comei.
Assim, em muitos casos a Procissão foi substituída por uma celebração mais solene da Santa Missa, para convidar os fiéis à reconciliação e à adoração, mas sobretudo à Comunhão.
De qualquer modo a Procissão não era um rito litúrgico e dependia da jurisdição do bispo da Diocese.
Com a solenidade do Corpo de Cristo se substituiu também a festa do Preciosíssimo Sangue (que era celebrada em 1 de Julho), celebrando-se assim juntamente o Corpo e o Sangue de Cristo.
Fonte: Universo Católico
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