Paris, 23 jan (RV) - A religiosa francesa Marie Simon Pierre revelou detalhes inéditos do milagre que permitirá a beatificação do Papa João Paulo II no próximo 1º de maio, como o fato de experimentar um grande desejo de rezar poucos instantes antes de descobrir que tinha sido curada do mal de Parkinson, a mesma enfermidade que sofria Karol Wojtyla.
Em uma entrevista concedida em 14 de janeiro à rede francesa KTOtv e à italiana RAI Vaticano e divulgada pela agência ACI a religiosa relata - que “o dia 2 de junho de 2005 foi o dia da minha cura. Esse dia pela manhã eu estava completamente bloqueada e já não suportava mais”.
“Pensei em procurar a irmã Marie (superiora de sua comunidade) para pedir minha demissão, deixar de realizar meu serviço na maternidade onde trabalhava com muitas pessoas sob a minha responsabilidade. Sentia-me muito pesada e me disse: é necessário que eu pare, que eu deixe o serviço. Eu não posso deixar que isto continue, não é possível”.
O pedido da irmã Marie Simon Pierre foi rechaçado com amabilidade e em troca sua superiora lhe propôs pedir a graça de sua cura ao Papa João Paulo II.
Quando isto aconteceu, “sentimos por um bom momento uma grande mudança em seu escritório, diria que era uma grande paz e uma grande serenidade, sentia-me muito serena, ela também”.
Nesse momento, pediu-lhe para escrever o nome de João Paulo II em um papel. O avanço do Parkinson tinha afetado seu braço esquerdo e sofria de intensos tremores. Sua superiora lhe propôs escrever com a mão direita. “Disse-lhe que não podia porque minha mão direita também tremia, mas ela insistiu: 'sim você pode, sim pode'".
Escreveu algo ilegível mas pensou que de repente “ocorrerá um milagre se é que acredito”.
“Fui e continuei com meu serviço. Depois como de costume a ceia comunitária, em seguida um pouco mais de trabalho e depois a oração da noite na capela”.
Ao retornar ao seu quarto, a irmã Marie Simon-Pierre tentou escrever e teve uma grande surpresa ao ver que nesse momento ela podia escrever.
Passou uma noite tranqüila e dormiu bem, sem a insônia habitual que apresentava pela dor do Parkinson. Às 4h30 da madrugada do dia 3 de junho despertou sentindo que “já não era a mesma. Havia uma alegria interior e uma grande paz; e então me surpreendi com os gestos do meu corpo”.
Ao mesmo tempo despertou nela “um grande desejo de rezar. Nessa hora não tinha autorização para rezar, mas rezei”.
Rezou diante do tabernáculo do oratório da maternidade “sempre com uma alegria muito profunda” meditando também os mistérios luminosos do Papa João Paulo II.
Às 6h da manhã sua comunidade celebrava a Eucaristia, assim também ela se dirigiu do oratório à capela.
No trajeto “percebia que meu braço esquerdo já não estava imóvel ao caminhar mas balançava normalmente. Na Eucaristia tive a certeza de que estava curada”. (SP)
Fonte: Rádio Vaticano
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